Um textão não (muito) marketeiro sobre o curso online Dinheiro Sem Medo
Divulguei o curso em todos os lugares, contei da plataforma, falei do lançamento, falei dos plantões de dúvida, falei do que será abordado em cada uma das aulas, e mesmo assim sinto que não me expressei bem, que não contei tudo, que não consegui abrir os detalhes. Esse sentimento surge, eu acho, porque divulgar algo na internet é uma missão de maluco. Cada um vem com seu pequeno megafone, cria seu pequeno palanque e entra em uma competição muito doida cujo prêmio é a atenção dos coleguinhas – que às vezes estão buscando uma solução para algum problema, e às vezes só queriam ficar tranquilos vendo uns vídeos engraçados de gatinho.
Esse texto, aliás, é um mea culpa, eu visto essa carapuça também. Fiz piada, postei foto fofa, usei a Gabriela (esposa), usei o Jorginho (meu cachorro), fiz uns trocadilhos infames, dei uma enchida na caixa de emails alheia, enfim, pacote completo (em minha defesa, ressalto que não usei minha afilhada, porque usar criança é golpe baixo, ainda mais quanto se trata da criança mais linda que a humanidade já produziu).
Com toda essa competição por atenção, é quase que natural surgir uma preocupação meio estranha de se expressar muito rápido, como se as pessoas não fossem ler o texto até o final ou assistir mais do que 3 ou 4 minutos de vídeo. Bom, já fiz o marketing todo, o projeto está no ar, e eu posso me dar ao luxo de, pelo menos no meu próprio site, me alongar um pouco mais, contar um pouquinho do que está por trás do processo todo, de qual é a minha intenção com o curso, sem me preocupar em criar ~peças publicitárias~ ou em convencer fulano ou ciclano disso ou daquilo.
A motivação
Me envolvo em projetos relacionados a inteligência desde 2011/2012. São projetos de todos os tipos, mas a base do trabalho é a consultoria individual, que é algo que eu adoro fazer. De 2015 para cá, porém, não tenho conseguido atender nem 30% da demanda que chega. Parece o paraíso de qualquer empresário ou profissional autônomo, mas não é (na verdade, na maior parte do tempo é um pouco frustrante).
É razoavelmente fácil beneficiar poucas pessoas em profundidade (com as consultorias), e é razoavelmente fácil atingir muitas pessoas de maneira mais rasa (com os textos, vídeos, etc.), mas é realmente complicado atingir muitas pessoas de maneira mais significativa e relevante.
Esse tem sido meu principal desafio dos últimos anos.
Tenho experimentado uma série de formatos (rodas de conversa presencial, encontros online, palestras, vídeos, livros, tudo). Muitas vezes a rotina é maravilhosa e eu fico com os olhos marejados de felicidade, em outras me frustro. Chegam emails deliciosos, de gente que acompanha o trabalho há anos, dizendo que é a primeira vez que elas se identificam com uma abordagem relacionada a dinheiro, que estavam realmente felizes com isso, e que estavam passando pela situação x, y, z e que gostariam de uma orientação, mas que não tem condições de pagar por um atendimento individual.
Quando chega UM email parecido com esse por semana, você responde com todo o prazer do universo, se coloca a disposição, oferece. Quando chegam DEZ, você fica sem saber o que fazer.
"Bom, vou indicar meu livro, tem um monte de coisa legal lá"
Já usei essa resposta muitas vezes, mas tem certo limite. Muitas vezes as dúvidas são específicas, são cabeludas, são situações elaboradas que carecem de certo traquejo, algo impossível de ser ensinado em um ou dois livros.
O curso online Dinheiro Sem Medo (mesmo nome do meu primeiro livro, publicado pela Editora Saraiva em 2017) surgiu como uma resposta a essa lacuna.
Estou tendo uma experiência muito, muito feliz com o primeiro curso online que lancei, o Finanças para autônomos, e muitas pessoas me perguntaram "mas e o curso para não autônomos, vem quando?". Alguns alunos do próprio FPA (apelido carinhoso do Finanças para autônomos) gostaram da dinâmica do curso e gostariam de indicar algo parecido para amigos não autônomos.
Bom, cá está.
Obs: o FPA deu tanto trabalho que no final de semana do lançamento eu estava quase colocando a expressão "para autônomos" em todos os lugares: "oi, eu queria dois quilos de tomate para autônomos, por favor", "oi, mãe, não vou almoçar aí hoje, mas eu passo na sua casa durante a semana para tomarmos um lanche para autônomos".
Os bastidores e o resultado
Conto com a generosidade, apoio e abertura de inúmeras pessoas a todo momento, mas minha rotina, no geral, é solitária. Não tenho funcionários ou equipe. Os clientes de consultoria falam diretamente comigo para marcar e desmarcar as sessões de consultoria, os pedidos de palestra chegam diretamente para mim, os convites para organizar o projeto X ou Y em tal cidade também chegam no meu email, sem filtro. É até engraçado, às vezes pipoca algo do tipo "Boa tarde, gostaria de solicitar a participação do Eduardo Amuri em um evento" e eu respondo "Oi, é ele, pode ligar nesse número que está no meu site pra gente conversar, é meu celular pessoal".
Nos projetos maiores, como um livro ou um curso mais longo, é imprescindível contar com uma rede. No caso do Dinheiro Sem Medo (e do Finanças Para Autônomos também), todo o conteúdo em vídeo foi captado, editado e finalizado pelo Rafael ("Fiel", para os íntimos), profissional da área e amigo mineiro queridíssimo.
O curso foi captado por uma pessoa só, no seu próprio escritório... não ficou meio amador, Amuri?
Olha, eu sou meio suspeito, mas na verdade eu achei que ficou lindo. Gravamos as aulas em vídeo juntos, em seguida eu gravei as aulas de tela (depois dê uma olhada na página do curso, você vai entender), organizei tudo no Teachable (plataforma que utilizo para os cursos online) e agora eu não vejo a hora de encontrar a turma toda no primeiro plantão de dúvidas (os plantões vão rolar no Zoom, a transmissão fica incrível).
Daria para contratar uma locação externa, com um cenário meticulosamente elaborado, uma equipe de vídeo com 6 ou 7 pessoas e um teleprompter no melhor estilo Domingão do Faustão? Daria, até daria. Mas não faria sentido algum, não casaria com a linguagem, não iria de encontro com a proposta, nem com a narrativa.
A ideia do curso é tirar o dinheiro desse espaço nebuloso (ou sensacionalista) no qual ele geralmente é colocado. Não é me posicionar como "guru de riqueza", não é guiar o aluno para "o primeiro milhão", não é soltar uma fala cheia de gatilhos motivacionais, não é um "eu cheguei lá e agora vou te ensinar como chegar lá também". É um curso para a vida real.
Então você ligou a câmera e saiu falando sobre planejamento financeiro, é isso?
Longe disso.
O curso foi cuidadosamente costurado, criado com todo o carinho do mundo, em uma tentativa (bem sucedida, na minha humilde opinião) de reunir e organizar meus aprendizados mais importantes dos últimos 7 anos (são quase 250 clientes até aqui). Mas é claro que não dá pra falar sozinho: na bibliografia (citada ou anexada nos materiais complementares) são 17 livros e 9 artigos acadêmicos, em menção direta (esse, inclusive, é principal trunfo do curso: a conexão entre os conceitos da psicologia econômica e da economia comportamental com a prática). Entram também, é claro, todo o conteúdo disponível em meu site, todo o material que foi utilizado na concepção do livro Dinheiro Sem Medo (feedbacks aqui <3), e todo o conteúdo que já citei nas palestras e rodas de conversa ao redor do Brasil (já foram mais de 100 – e contando).
Finalizei a produção do curso exausto, desejando que beneficie a maior quantidade possível de pessoas e que seja uma ferramenta aos que buscam cultivar uma relação mais saudável com o dinheiro e não se identificam com abordagens do tipo "mude sua vida em X meses", "conquiste seu primeiro milhão", dentre (muitas) outras.
Espero, de coração, que através dele possamos explorar maneiras mais interessantes de cuidar dessa questão tão delicada.
E que seja divertido, claro.
Um abraço grande e seguimos.
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